Paulo Eurico Variz nasceu em Londres em 1971. O seu trabalho artístico, que começou por buscar inspiração no cubismo e por reflectir sobre
as questões levantadas pelos cubistas, tende a encontra-se algures entre a pintura e a escultura. Mais recentemente, as suas obras pensam na definição de espaços temporários (na instalação), ganham mobilidade (no design de moda) ou fazem-nos questionar sobre o seu carácter efémero (por exemplo, quando colabora com fotógrafos). Já publicou as suas reflexões sobre o cubismo na Connecticut Review e expõe, em Portugal
como no estrangeiro, os resultados dessa reflexão, muitas vezes em colaboração com outros artistas.
Os seus livros de artista expostos esta noite indiciam estes antecedentes. Em particular, a série de seis livros de artista agora disponibilizados no espaço 4 A Fábrica partilham com o trajecto proposto para o dia 5 de Janeiro o carácter lúdico e uma preocupação em pesquisar. Plástico, celofane e traços generosos de tinta acrílica sobre papel decorativo desdobrável fazem-nos ao mesmo tempo questionar, e convidam-nos a mexer e a
observar os materiais e o processo de construção do livro. Entre o infantil e o adulto, é uma experiência ao mesmo tempo intelectual, sensorial e sensual – e o resultado são livros de artista ao mesmo tempo frágeis e perenes.